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No mês que marca o Dia Internacional da Mulher (08/03), reunimos algumas histórias de profissionais que estão conquistando espaço na indústria, ambiente de trabalho – ainda – majoritariamente masculino.

A Firjan SENAI SESI vem contribuindo para a inclusão de mulheres na indústria, por meio de arcerias e projetos com as empresas. De acordo com o relatório Why Diversity Matters, publicado pela McKinsey & Company em 2015, as empresas que investem em diversidade de gênero têm 15% mais chances de ter resultados acima da média. Ou seja, o investimento em diversidade e inclusão contribui para resultados financeiros superiores para as empresas que atuam no tema.

Traycianne da Costa Carvalho Silva (foto ao lado), 34 anos, que participou em 2019 do Programa Capacitar, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), desenvolvido em parceria com a Firjan SENAI, trabalha hoje na aciaria, unidade onde o ferro-gusa é convertido em aço. Pela primeira vez na indústria, ela conta que essa oportunidade é a realização de um sonho. O irmão, um tio e um primo são funcionários da CSN, e se juntar a eles na usina, em Volta Redonda, no Sul Fluminense, era um desejo de longa data. “O programa abriu portas para mim e para muitas mulheres que precisam sustentar seus filhos e acabam tendo dificuldades de encontrar um bom trabalho. Por isso, acho fundamental essa oportunidade que nos deram. Nunca achei que fosse conseguir, mas a minha vez chegou”, comenta.

O programa, criado em 2018, é voltado para mulheres, com o objetivo de aumentar a diversidade de gênero dentro da siderúrgica. Com a iniciativa, o número de pessoas do sexo feminino na área de produção da CSN saltou de 7,5% para 10,2%. A meta para 2020 é chegar a 15%. Quem sonha em fazer parte desse aumento percentual é Eliane Dias de Souza (foto abaixo), de 28 anos, que, após seis anos dedicados apenas à família, enxergou no programa uma chance de voltar ao mercado. “Cadastrei meu currículo e busquei uma oportunidade diferente. Passar pelo processo de seleção e atuar na siderurgia foram conquistas muito importantes em minha vida”, diz Eliane.

Para receber mais mulheres na empresa, diversas ações foram tomadas, como reformas e adaptações de vestiários; melhorias na iluminação; adaptação do modelo do uniforme; capacitação comportamental voltada para o desenvolvimento humano e para o empoderamento feminino; e conscientização das lideranças da companhia, também realizada pela Firjan SESI.

Segundo Pedro Gutemberg, diretor executivo de Produção da CSN, a iniciativa é um esforço da empresa em mudar a cultura essencialmente masculina. “Mostramos aos trabalhadores homens o quanto são valiosas as contribuições das mulheres e os incentivamos a respeitá-las e, mais do que isso, a acolhê-las. Esse é o nosso maior desafio para os próximos anos”, pontua. 

43%

PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO

R$ 3.409,75

RENDIMENTO MÉDIO MENSAL DAS MULHERES NA INDÚSTRIA  

7,5%

PERCENTUAL DE MULHERES EM EMPREGOS FORMAIS NA INDÚSTRIA DO RIO*

24%

DOS ALUNOS DA FIRJAN SENAI SÃO MULHERES                         

Qualificação profissional

A Firjan SENAI SESI realiza ainda outros projetos, um deles com a BHGE. Em janeiro, a empresa deu início ao projeto social Mulheres Capacitadas, que tem como objetivo promover a qualificação profissional de 20 moradoras do entorno da fábrica, buscando o desenvolvimento de conhecimentos profissionais e de competências socioemocionais.

As participantes são qualificadas pela Firjan SENAI de Niterói em Operador de Produção Industrial e realizam as oficinas de Desenvolvimento Humano pela equipe da Divisão de Projetos Integrados de Responsabilidade Social da Firjan SESI. A ideia da empresa é criar a possibilidade de se aumentar o número de funcionárias no chão de fábrica, já que a indústria de Óleo e Gás ainda é majoritariamente masculina.

Essas ações estão em linha com o Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI), que trabalha a diversidade, ampliando as possibilidades de inclusão e permanência no mercado de trabalho.

Outra iniciativa da federação a seguir essa direção é o Conselho Empresarial de Responsabilidade Social, que mobiliza as empresas nas agendas de diversidade e inclusão, disseminando conceitos e ferramentas, compartilhando boas práticas e apoiando o setor privado na implementação de suas estratégias para o tema. Nesse contexto, a igualdade de gênero é uma das mais importantes abordagens, sobretudo no recorte STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), que compreende áreas de atuação onde as mulheres estão menos presentes. “Diversidade e inclusão são questões estratégicas para os negócios e o aumento da atuação de mulheres em áreas tecnológicas contribuirá para a criatividade, inovação e produtividade das empresas”, afirma Jorge Peron, gerente de Sustentabilidade da federação.

Na White Martins, indústria atuante no Conselho, as mulheres são incentivadas a ocupar mais cargos de chefia, como é o caso de Katarina Fernandes, de 31 anos, que hoje é gerente de Aplicações e Processos de Metal Mecânica. Sua passagem pela empresa teve início em 2013 para um estágio no Laboratório de Soldagem do Centro de Tecnologia Rio. Graduada em Engenharia Metalúrgica pela UFRJ, fez especialização em Engenharia de Soldagem pela Firjan SENAI e foi conquistando espaço. Hoje é gerente de Aplicações e Processos do segmento de Metalmecânica.

As mulheres líderes na companhia já somam 21,5%. Por sua cultura de diversidade e inclusão, atualmente, 41% dos novos currículos recebidos são de mulheres, enquanto em 2012 esse número não passava de 20%. Em 2019, foram 47% de mulheres contratadas contra 38% em 2018 e 51% dos estagiários de engenheira são mulheres.

Esses resultados decorrem da política de diversidade de gênero e empoderamento feminino, desenvolvida pela White Martins desde 2010, quando foi criada uma gerência dedicada ao tema na América do Sul. Com um olhar atento para a equidade de gênero, a empresa possui algumas ações em destaque, como o Programa de Liderança Feminina e o People To Watch, um banco que conta com cerca de 200 colaboradoras mapeadas em função de seu potencial ou performance. Ou seja, essa participação tende a crescer ainda mais.

Fotos: Divulgação / CSN
Fonte: Sistema Relatórios Dinâmicos Empoderamento  das Mulheres – Trabalho e Valorização